Homens rudes e decididos vieram na frestes dos milhos. Não se sabe se pro- varam a doçura dos araçás, mas é certo que enfrentaram as flechas dos indios, bao foi em 1905, quando os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Bosil, obedecendo à ge opolítica brasileira, rasgavam a terra em direção ao Mato Grosso, de olho no Pacífico.
Costuma-se dizer que a história de Araçatuba co- meça com a expansão da Es trada de Ferro Noroeste do Brasil, fundada em 1904, a partir de Bauru. O quilómetro 280 marca o começo de Araçatuba. Ali se implantou um acampamento, na verdade um simples vagão que servia de estação ferroviária. Em torno desse pequeno núcleo nasceu a cida de, uma das poucas que não têm um "fundador". Esta conquista é fruto da luta dos pioneiros, das primeiras familias que se dispuseram a enfrentar indios, feras e epidemias para construir uma das comunidades mais exuberantes do interior paulista.
Mas essa era a região dos índios Caingangues. Seu território era enorme, dividido com a tribo dos Coroados, entre os grandes rios Tietë, Paraná e Paranapanema, que corriam em meio a densas florestas.
Os indios Caingangues não aceitaram a invasão das suas terras. Os "brancos" não deram tregua a Jerro e fogo os indios foram exterminados ou expulsos. A terra era boa e farta, recebeu gente de toda parte do mundo. Aos poucos se tornou vila, cidade, palco de lutas, com as características comuns dos sertões brasileiros. Moradores antigos ainda contam que "isto aqui foi um faroeste". E foi.
2 Do início do século XX até 1920, Araçatuba pertenceu à comarca de Penápolis. Pela lei estadual 1812. de 8 de dezembro de 1921, tornou-se comarca, instalada em ato realizado na noite de 19 de dezem bro de 1922, na sua Câmara Municipal. Começava, então, sua vida politica independente.
Em apenas 12 anos, de sertão brabo, terra dominada por indios e mata fechada, Araçatuba des pontou como uma progressista cidade. Plantou café, algodão, amendoim, engordou boi nos seus pastos e tornou-se conhecida nacionalmente como a Cidade do Boi Gordo. Além da pecuária, hoje Araçatuba é um pólo sucroalcooleiro de importância.
Vista assim, a história parece simples chegam os pioneiros, ocupam o espaço, trabalham e lutam, vencem
e do núcleo original cresce uma comunidade progressista. Há os ciclos econômicos café, algodão, pecuária, cana.
A riqueza produz cultura e surgem escolas. Fundam-se faculdades importantes, prestigiadas em todo o Brasil.
Mais ainda: a Hidrovia Tietê-Paraná e principalmente o Gasoduto Brasil-Bolívia abrem prospectivas excelentes de progresso, levando alguns economistas a afirmarem que Araçatuba é uma das regiões com maior potencial de crescimento socioeconómico do Brasil. A cidade tem uma boa rede rodoviária, a ferro- via Novo Oeste e conta também com um aeroporto internacional.
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Pode-se acrescentar que suas terras estão "em alta", pois a ampliação dos canaviais exige maiores es paços. Isso provocará a expansão do agro-negócio, inserindo Araçatuba entre os principais produtores de etanol do pais. Espera-se que nos próximos anos Araçatuba receba mais de R$ 1 bilhão em investimientos, capazes de gerar até 40 mil empregos.
Mas a história de Araçatuba é mais rica do que isso. Foi feita com o sentimento e a garra de milhares de pessoas. Nela há alegria e dor. A história de Araçatuba não se conta apenas com frios dados estatisticos ou simplesmente na demonstração histórica da sua evolução política. Além disso, e dando oportunidade aos fatos que fizeram desse sertão cheirando araçă o grande pólo desenvolvimentista que se anuncia hoje, ha um povo, as gentes que construiram nossa história. É o que nós vamos contar.
Fonte Araçatua 100 Anos de História Unisalesiano