Igreja São João O templo da beleza, fé e trabalho

A igreja de São João é mais do que um belo templo: é um marco de fé e esperança que orientou o crescimento da cidade.

Araçatuba começou a crescer com a construção de casas e ruas nos espaços próximos à Praça Rui Barbosa e teve na Marechal Deodo ro uma de suas vias mais movimentadas. Por isso, a continuação da rua que se enveredava para onde hoje se localizam os bairros São João, Vila Nova e Vila Carvalho, exigiu a urbanização em toda a área.

Na década de 1940, graças à avançada fase de ocupação do solo, uma capelinha foi construída em um dos lados da atual Praça São João, que ainda era de terra batida e tinha em seu centro um posto de puericul tura. A capela, pequena e simples, anos depois deu lugar ao belo, majesto so e imponente templo da Igreja de São João Batista e São Judas Tadeu.

Mesmo antes da construção do novo templo, os salesianos, que chegaram a Araçatuba em 1949, assumiram a direção da antiga capelinha da Vila Nova, também nome do bairro onde ela se localizava. O primeiro pároco foi o padre Pedro Cometti, fundador do Colégio Salesiano.

Mas quem consolidou a obra foi o Padre Francisco Sersen, que depois se tornou cidadão araçatubense. Ele trabalhou intensamente para criar uma consciência religiosa naquela parte da cidade, ainda em formação, cuja tradição vem sendo mantida pelos seus sucessores. Em 1951 iniciava-se, então, as obras da nova igreja, marcada pelos estilos neogótico e romano. Chamam a atenção as suas duas portentosas torres e a cena da via sacra exposta em seu interior, pintada em azule- jos colocados nas paredes. No final de 2001 o templo seria elevado à condição de Santuário.

Até 1952 a igreja só contava com o nome do padroeiro São João Batista, uma das mais singulares figuras da Biblia, pois foi ele quem batizou Jesus Cristo. A partir daquele ano foi acrescido o nome de So Judas Tadeu, que ocupasa o último lugar no elenco dos apóstolos.

O padre Sersen administrou as obras durante todo o tempo exigido para a sua construção, que é uma réplica auténtica de uma igreja da antiga lugoslávia. Ele próprio nasceu naquele pais, de onde trome a ideia para a nova obra.

A construção do templo contribuiu para povoar o bairro e levar para a região novas casas, empresa e beneficios oriundos da Prefeitura. Assim, na década de 1960, implantou-se a rede de escoamento da La goa das Flores, que ficava sob as quadras da então Vila Nova, desaguando no Córrego Machadinho, Sobte a infra-estrutura de saneamento básico se expandia o bairro, na época com pouco mais de 20 quadras. Era um lugar tranquilo, residencial e bem próximo da Rua Cussy de Almeida e da Igreja São João.

Uma entidade católica chamada Circulo Operário, existente à época, foi uma das que mais contribu iram para que o novo templo fosse construído. O mestre de obras foi Albino Antônio Dias. Entre as muitas pessoas que participavam do Círculo e prestaram grandes serviços ao municipio em todas as áreas e ativida des se encontrava Dário Ferreira Guarita, que pela sua importância foi homenageado pelas autoridades da época, emprestando seu nome ao atual aeroporto da cidade. Ele era cartorário da entidade

Pelo projeto original, o templo deveria ser erguido onde hoje se encontra o prédio do Teatro Floria no Arruda Brasil, mas o terreno escolhido acabou sendo o da esquina na diagonal, que também pertencia à mesma instituição.

A construção do novo templo foi demorada, pois não havia recursos financeiros que pudessem co brir de uma vez todos os custos da obra. Dessa maneira, o Círculo Operário, reunindo pessoas abnegada como Guarita e um grupo de cidadãos empenhados no projeto, se via obrigado a realizar constantemente promoções visando a angariar fundos. No início da década de 50, mais precisamente em 1951 e 1952, a entidade ainda organizava diversos

eventos e, principalmente, o concurso Miss Circulo Operário. O certame não indicava a mulher mais bela, mas sim aquela que mais vendia bonus, recursos estes utilizados para a construção do Templo. Naqueles anos, Bernardina Blaya e Santina Guessi Aleixo foram, respectivamente, as duas rainhas eleitas. A Igreja São João e São Judas Tadeu tem um significado especial para a comunidade araçatubense De certa forma, o público ficou desgostoso com a demolição da antiga Igreja Matriz, na Praça Rui Barbosa

pois entendia que parte de sua identidade também estava sendo destruída. Enquanto a nova catedral era construída em seu lugar, as pessoas passaram a frequentar o templo da Praça São João. O resultado é qur em pouco tempo a igreja, de arquitetura antiga, bonita e preservada, passou a ser uma das preferidas da população araçatubense para a realização de casamentos e demais celebrações religiosas especiais. Por outro lado, suas missas registravam lotação total de fiéis, como acontece até hoje.

Fonte araçatuba 100 Anos de História Unisalesiano