Benedita Fernandes, nascida em 27/06/1883 em Campos Novos da Cunha (SP), enfrentou uma vida marcada pela "Doença Mental". Após perambular pela região noroeste de São Paulo, encontrou refúgio na cidade de Penápolis, onde, devido à falta de um hospital especializado, foi entregue à Polícia Civil e passou a residir na cadeia pública.
Durante uma crise intensa, Benedita relatou ter recebido um chamamento libertador, uma voz que prometia sua cura se ela se dedicasse inteiramente aos enfermos e pobres. Livre da enfermidade, mudou-se para Araçatuba, iniciando um trabalho filantrópico no bairro Santana.
Em 1932, fundou a "Associação das Senhoras Cristãs", que posteriormente inaugurou um prédio próprio em 1933, atendendo inicialmente crianças carentes na "Casa da Criança" e o "Asilo Dr. Jaime de Oliveira" para doentes mentais.
Ao longo dos anos, ampliou sua obra assistencial, inaugurando o "Albergue Noturno Dr. Plácido Rocha" em 1943, além de escolas e abrigos para atender diversos segmentos da sociedade necessitada.
Benedita Fernandes, dinâmica e dedicada, buscava apoio na sociedade araçatubense e em autoridades regionais para realizar seus projetos, gozando de grande prestígio e respeito.
Faleceu em 09/10/1947, vítima de um "Colapso Cardíaco", na sede da Associação em Araçatuba. Após sua morte, o Asilo Dr. Jaime de Oliveira foi transformado no Sanatório "Benedita Fernandes" em homenagem à sua fundadora. A instituição continuou a cuidar de pacientes moradores até 2015.
Benedita Fernandes ficou conhecida por sua compaixão e amor aos necessitados. Suas ações eram motivadas por uma promessa feita durante uma crise, e ela deixou um legado notável na assistência aos órfãos, doentes mentais e desamparados.
Alguns relatos ilustram sua abnegação, como o episódio em que, diante da falta de comida para as crianças, ela as instruiu a aguardar no portão, confiando que Jesus as ajudaria. Um vendedor de tripas, Ricieri, apareceu inesperadamente e, a partir daí, passou a auxiliar regularmente o abrigo.
Benedita Fernandes também enfrentou desafios financeiros, ameaçando soltar os pacientes se não recebesse a devida subvenção. Sua resiliência e determinação garantiram o apoio necessário para continuar sua missão.
A obra de Benedita Fernandes foi reconhecida até mesmo pelo presidente Getúlio Vargas, que, ao ser informado sobre a expansão das atividades espíritas, recusou-se a tomar medidas restritivas, citando o exemplo da "Benedita Fernandes" que oferecia cuidado a órfãos e doentes mentais.
Após sua desencarnação, mensagens psicografadas por Divaldo Pereira Franco e incluídas em livros destacam a obra e a dedicação de Benedita Fernandes à caridade.
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