Chega a energia elétrica.

Temos o depoimento do pioneiro Antônio Mendes Galvão, vindo para Araçatuba em 1.916 como encarregado do ar- mazém e procurador da empresa Margarido Moraes & Cia. Esse depoimento foi colhido pelo emérito causidico Dr. Clóvis de Arruda Campos. Por ele, conhece-se que o princípio da iluminação públi ca, dentro da área da vila Araçatuba, teve início por volta de 1.919. no bairro São Joaquim (zona leste, abaixo da linha), onde a referi- da empresa instalara uma máquina de beneficiar arroz. Ali, ela montou um dinamo acionado a vapor, fornecendo energia lumino- sa ao povoado que nascia.

O responsável pela manutenção da energia elétrica era um maquinista da empresa, Sr. Carlos Rister.

Os postos com as lâmpadas dessa incipiente iluminação foram distribuídos na Praça Cristiano Olsen, como nos primeiros trechos das ruas adjacentes.

O "Fênix Cinema" que funcionava no barracão construido por João Guarinon, Reginaldo Pereira e outros, recebia, também, a luz fornecida por essa empresa.

Assim, permaneceu esse sistema de iluminação até que chegou a Araçatuba a rede da Usina Salto do Avanhandava.

Antônio Mendes Galvão, no escritório da aludida em- presa, manteve diversos contatos com o engenheiro Emilio Casasco. Este foi o construtor responsável pelas edificações da Usina do Avanhandava e que vinha constantemente tratar da ex- tensão de sua rede de energia até aqui.

Segundo Orentino Martins (MARTINS, 1.988: 188), Bento da Cruz foi o idealizador da Usina Hidroelétrica Salto do Avanhandava. Ele tinha parte na S.A São Paulo Land Lomer Company como diretor secretário. Ela foi transformada na Com- panhia de Terras, Madeiras e Colonizações São Paulo, com sede em Birigui. Bento da Cruz, baseado nos estudos da expedição che- fiada por Jorge Black Scorrer, tratou de aproveitar o potencial elé- trico do Salto do Avanhandava.

A prefeitura e a câmara de vereadores de Penápolis apro- varam parecer do engenheiro Eduardo Hamer para fornecimento de energia elétrica à cidade em 13/11/1.915. Surgia a Cia. de For- ça e Luz do Avanhandava que conseguiria a exploração da energia elétrica em Penápolis e região; isto se deu em 05/07/1.917. Essa empresa comprou da Cia. de Terras, Madeiras e Colonização São Paulo as terras para a instalação da Usina do Avanhandava em 1.918.

Nesse ano de 1.918, transitava pela Prefeitura de Penápolis uma carta de moradores de Birigui, Avanhandava e Araçatuba pedindo iluminação elétrica. Como conseqüência, em 27/04/1.919 era lavrada escritura de comprometimento, pela Cia. de Força e Luz do Avanhandava, do fornecimento de 90 lâmpadas elétricas para Araçatuba (entre outras para outros lugares da re- gião).

Pode-se imaginar o que custou ao Engenheiro Emilio Casasco e aos seus homens carregar de Penápolis até o Salto, por estradas em formação, as toneladas de máquinas que deveri- am formar a Usina do Avanhandava.

Finalmente, no dia 7/09/1.921, quando a empresa já ha- via estendido 120 Km de linha de alta tensão (30.000 volts), al- cançando Birigui, Coroados, Araçatuba, Avanhandava, Promis- são, Glicério e Penápolis, foi inaugurada a primeira unidade de 1.000 KVA.
 Concretizava-se, dessa forma, mais uma das grandes ini- ciativas de Bento da Cruz, através do Engenheiro Emilio Casasco.

Fonte Célio Pinheiro e Odette Costa Bodstein    Livro História de Araçatuba